O'Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara, nariguete de sobrepuja de través,
A ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sobre a ternura, bebe demais e ri-se
Do que neste soneto sobre si mesmo disse.
Alexandre O'Neill
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