Fernando Pessoa e os Santos Populares
"A quadra é um vaso de flores que o Povo põe à janela da sua alma. Da órbita triste do vaso escuro, a graça exilada das flores atreve o seu olhar de alegria.
Quem faz quadras portuguesas comunga a alma do povo, humildemente de todos nós e errante dentro de si próprio.
Ser intensamente patriótico é, primeiro, valorizar em nós o indivíduo que somos, e fazer o possível por que se valorizem os nossos compatriotas, para que assim a Nação que é a suma viva dos indivíduos que a compõem, e não o amontoado de pedras e areia que compõem o seu território, ou a colecção de palavras separadas ou ligadas de que forma o seu léxico ou a sua gramática — possa orgulhar-se de nós que, porque ela nos criou, somos seus filhos, e seus pais, porque a vamos criando."
Prefácio de Fernando Pessoa à obra "Missal de Trovas", de Augusto Cunha e António Ferro.
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